Hoje fiz um programa diferente: fui, com Marina e Danilo, à Ribeira. Tudo bem, ir à Ribeira num domingo de manhã, definitivamente, não é um passeio normal. Mas quem disse que somos normais?
Além das crianças, levei a minha Canon, sim, porque o evento merecia o registro - e, nesse caso, o registro era o objetivo do programa (programa esse que estava na fila de espera, assim, só aguardando um dia de sol&disposição, algo como um dia de domingo, diria Tim Maia...).
Sim, eu sei que a Ribeira está muito longe de ser um lugar para um passeio matinal num dia de domingo, ainda mais com duas crianças impacientes com o sol e o calor que, vamos combinar, já chegou pra ficar, escaldar e torrar sem dó. Mas a Ribeira noturna, com poucas exceções, há algum tempo não mais me interessa. Minha visita de hoje foi a uma velha, conhecida e decadente senhora, uma Ribeira de concreto, lama e lixo - e alguma beleza no meio disso tudo -, uma Ribeira física e espacial, uma Ribeira que recebe as tribos sem cerimônia e sem muita discrição, e que se deixa ser inscrita, descrita, reescrita, num diálogo interminável entre todas as culturas que ali proliferam. Porque, como já dizia o poeta, a beleza é só uma questão de olhar...
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