Fazer uma viagem cujo principal objetivo era fotografar um cemitério, uma necrópole, uma cidade dos mortos. Sim, eu fiz. E fotografar o cemitério de Buenos Aires, situado no charmoso e nobre bairro da Recoleta, valeu cada real gasto. Valeu pelo passeio, pela observação e pelo auto aprendizado sobre a fotografia à luz do dia, que tive ao estar presente nesse cenário numa incrível mudança de tempo nublado para sol pleno. Este cemitério imponente e grandioso foi inaugurado no século XIX (1822) e nele estão enterradas as personalidades famosas que fizeram parte da história da Argentina, como heróis nacionais, presidentes, militares, políticos, artistas, poetas, professores, soldados, médicos, aristocratas, enfim. O Cemitério da Recoleta é considerado um museu ao ar livre devido ao grande número de obras de arte lá encontradas. São muitas estátuas, esculturas, sepulturas e edificações fúnebres que merecem o olhar e a apreciação de cada visitante, o que faz dele um passeio não apenas pela história do país, mas também pela apreciação estética. É um lugar onde podemos ver monumentos fúnebres que retratam estilos de época, lindas esculturas a céu aberto, muitas delas feitas por artistas de renome internacional. As sepulturas ricamente ornamentadas também são uma forma de ostentação da importância e poderio econômico das famílias ali representadas, tanto que dizem ser o metro quadrado mais caro de Buenos Aires.
Meu interesse, porém, era fotografá-lo em seus peculiares detalhes. Tanto que não me guiei pelo mapinha que me levada direto ao túmulo de Evita Perón (acho que nem passei por ele, e, se passei, não percebi). Para chegar ao cemitério fiz uma caminhada de aproximadamente 5 quilômetros do hotel até lá. Chegando por volta das 10 horas da manhã ao local, notei que, embora já aberto, o cemitério estava completamente vazio. Estranhei, é claro, porque se trata de um ponto turístico, mas umas duas horas depois entendi o motivo: eu havia chegado muito cedo, na hora em que a cidade começa, por assim dizer, a acordar. Passeei pelo cemitério por aproximadamente 3 horas, o que me proporcionou a grata surpresa de apreciar os monumentos pelo menos por duas vezes: em um ambiente nublado e prometendo chuva (no início da manhã) e sob um sol forte que, finalmente, me presenteou com uma linda luz.
Não posso colocar aqui todas as imagens (foram muitas!), mas o que segue é uma amostra da grandiosidade desse lugar e, é claro, do meu encantamento pelas formas feitas de sombra e luz, que são, antes de tudo, monumentos à paz eterna. Espero que gostem. Eu adorei!
A quem se interessar, até porque é interessante mesmo, encontrei nesse site cinco histórias "surreais" sobre o cemitério.
http://airesbuenosblog.com/5-historias-surreais-do-cemiterio-da-recoleta/
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