a corda sempre quebra do lado mais fraco
a corda sempre rompe quando o lado mais forte
parte pra cima e se aparta do lado mais fraco
às vezes sem saber que o todo não tem lados
às vezes sabendo que ao quebrar o lado mais fraco
o mais forte ataca e aparta também
do todo o mais debilitado pedaço
esse do lado de fora
quebrado abatido apartado
que era parte do todo
e agora é mil pedaços
estilhaços de vidro do prédio
corpos estirados no asfalto
restos de vida no passeio público
em invisível retrato.
mudo
o lado mais fraco é quem morre na guerra
mas quando se enxerga como presa de um laço
da corda do tiro do murro
usado pelo lado mais forte
para a guerra pela grana pelo tráfico
esse lado apartado do todo às vezes se rebela
e parte cego pra cima de fortes e fracos
suicida kamikaze que morre mas mata
nem sempre sabendo que na sua cruzada de abate
é sempre os fortes que a História consagra
e para o lado mais fraco o silêncio é a paga.
vencida era a nossa
partida em um milhão de pedaços
tão perdidos no meio de fortes e fracos
éramos um, éramos tantos éramos tudo
- e agora quem somos nós?
- qual a parte que nos cabe?
estamos sós sem laços
tristemente acordados
trapos de corda partidos
morte por todos os lados.
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