IFRN. Campus Natal Central. Quinta-feira. Trancados na famigerada sala C-23, seres humanos comungavam um estranho ritual: enchiam balões em série e neles escreviam poemas. Sim, poemas seus, poemas de outros, e além dos poemas, palavras, muitas palavras, palavras de sonhos, sensações, desejos, ações e realizações... Os balões, assim cheios e grafados, eram deitados no berço esplêndido do chão da sala, e ali ficaram até o grande momento. Lá fora, o aviso sonoro do chamado "intervalo" entre aulas anunciou que a hora era chegada. Os balões coloridos e escritos foram cuidadosamente reunidos e, do alto do corredor do bloco C, lançaram voo triunfal para as "rosquinhas" (pátio) da escola, onde foram recebidos por outros seres humanos surpresos e desavisados do que se passava. Correria. Pânico? Terror? Aflição? Não. Movimento que se fez ternura. Ao verem as cores voando no céu, ao correrem atrás dos balões, ao perceberem os poemas neles escritos, ao lerem os versos, de cada balão brotou um sorriso, e da surpresa daquela tarde de quinta-feira, nas rosquinhas do IFRN, nasceu um coletivo poético, assim mesmo, em forma de sorriso, caído do céu.
E os seres humanos interventores, autores do rito, seguiram seus trajetos, felizes e satisfeitos, pelo cumprir dessa missão... Até o próximo assalto.
Seres humanos interventores: Ana Mafra, Dante Fernandes, Leonardo Araújo, Valéria Sara, Yuri Gomes
Poetas: Drummond, Pessoa, Leminski, Ana Cristina César, Adélia Prado, Chacal, Sérgio Vaz, Ni Brisant (e poemas dos luninhxs-interventorxs-maravilhosxs)
Créditos das imagens: Leonardo Araújo (Mineração, 3o ano)
Na última foto, os serumaninhos da turma de Mineração.
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