segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Como beber dessa bebida amarga...

O dia de hoje não tem gosto de um dia como outro qualquer. O dia de hoje é amargo. É um dia difícil de presente sem muito futuro. Um dia a mais riscado no muro, um dia a menos riscado no calendário dos dias vãos. Um dia sem flor, sem cor, sem som. Um dia sem luz no fim do túnel. Um dia perdido no mapa, ponto fincado no meio de um deserto, sem rota, sem ponto de colisão. Mais um dia em que, em algum lugar, corações deixaram de bater, e outros que sequer sentiram o seu pulsar. Um dia é só mais um dia. Ou um dia a menos. Mas é, e sempre será, um dia a mais na longa espera – acalanto, choro de dentro, desejo contido – de que outro dia melhor há de chegar. E da esperança de que um dia, ainda que tarde, esse dia chegará.

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